Crise no Petróleo em Angola: Produção Cai 9% e Receita Fiscal Despenca, Pondo em Risco o Futuro Econômico do País

Ana Fernandes
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Plataforma de petróleo offshore em operação no mar, em Angola com torre de suporte e chaminé emitindo fumaça negra, sob céu parcialmente nublado
Produção petrolífera em Angola registra queda preocupante em 2025, ameaçando receitas fiscais e o equilíbrio do Orçamento Geral do Estado.

Queda de Produção de Petróleo em Angola Afeta Receita Fiscal no Primeiro Semestre de 2025

Mercado Petrolífero Angolano em 2025

O mercado petrolífero angolano enfrenta uma conjuntura desafiadora em 2025, impactada pela queda de produção de petróleo, redução dos preços internacionais do crude e diminuição no volume exportado. Estes fatores contribuem diretamente para o enfraquecimento das receitas fiscais petrolíferas e pressionam o Orçamento Geral do Estado (OGE).

Produção Petrolífera: 9% de Queda e Meta do OGE Não Alcançada

Nos primeiros seis meses de 2025, Angola produziu em média 1,028 milhões de barris de petróleo por dia, totalizando 186 milhões de barris. 

Esse resultado representa uma queda de 9% comparado ao mesmo período de 2024, quando a média era de 1,123 milhões de barris diários. A produção ficou 70 mil barris abaixo da meta estabelecida pelo Orçamento Geral do Estado, que previa 1,098 milhões de barris/dia para 2025.

Essa queda é reflexo, principalmente, do declínio natural dos campos petrolíferos maduros, redução dos investimentos e desgaste dos poços. 

Aproximadamente 45% dos 1.630 poços perfurados no país estão atualmente fechados ou abandonados. A manutenção de campos como o FPSO Girassol e a necessidade de investimentos estratégicos tornam o cenário ainda mais desafiador para a indústria petrolífera de Angola.

Queda nas Exportações e Preço do Petróleo

No primeiro semestre de 2025, Angola exportou 187,4 milhões de barris de crude, uma redução de 8% em relação aos 204,5 milhões exportados em igual período anterior. O preço médio de exportação caiu para 71,7 USD por barril, ficando 10,2 USD mais barato que a média de 81,9 USD registrada no primeiro semestre de 2024.

As causas incluem a volatilidade internacional do preço do Brent (oscilando entre 66 e 72 USD), retração da demanda global, ajustes da OPEP+, elevação de custos operacionais e manutenção estratégica de campos específicos. 

Essa conjuntura diminuiu significativamente a competitividade das exportações petrolíferas angolanas.

Impacto Direto nas Receitas Fiscais Petrolíferas

Como consequência da queda na produção, redução no volume exportado e nos preços do petróleo, as receitas fiscais provenientes do setor petrolífero sofreram uma diminuição expressiva. As receitas caíram de 5.423 milhões USD no primeiro semestre de 2024 para 4.665 milhões USD no mesmo período de 2025, totalizando uma redução de 14%.

O Estado angolano arrecadou menos 758 milhões USD neste primeiro semestre, dificultando o financiamento do Orçamento Geral do Estado do país. Em relação ao volume exportado, Angola embarcou 17 milhões de barris a menos, comprometendo o orçamento e os investimentos previstos para o setor energético nacional.

Desafios Futuros e Perspectivas do Mercado Petrolífero em Angola

Diante desse cenário, especialistas sugerem que a recuperação da produção de petróleo depende da reentrada de campos paralisados e de novos investimentos. Projetos como Begónia e CLOV fase 3 podem adicionar aproximadamente 60 mil barris por dia à produção, trazendo esperança de retomada para os próximos meses.

Entretanto, fatores como desvalorização do kwanza, elevadas taxas de juros internacionais e limitações no financiamento externo pressionam ainda mais a economia petrolífera angolana, tornando a diversificação econômica e o incentivo ao investimento privado prioritários para a sustentabilidade fiscal do país.

Consequências da Queda Petrolífera para Angola

Em síntese, a significativa queda de produção e exportação de petróleo, juntamente com a redução dos preços do barril, geraram um impacto direto de 14% de diminuição nas receitas fiscais de Angola no primeiro semestre de 2025. 

O cenário desafia as autoridades, operadores e investidores do setor a promoverem a modernização, medidas de incentivo e diversificação da economia, visando a recuperação do mercado petrolífero angolano, a robustez do OGE e o fortalecimento da estabilidade fiscal nacional.

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