Reservas Internacionais à Beira do Colapso: O Precipício da Dívida Pública em Angola

Ana Fernandes
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Imagem do prédio do banco nacional de Angola, com sua arquitetura clássica, iluminação noturna e grande destaque na cidade de Luanda Angola
Banco nacional de Angola, Panorama econômico de Angola em 2025 mostra alta na dívida pública, redução das reservas internacionais e desafios no mercado financeiro.

Em 2025, a economia angolana enfrenta importantes desafios e transformações, com destaque para a emissão de dívida pública pelo governo, o comportamento das reservas internacionais administradas pelo Banco Nacional de Angola e o panorama do mercado financeiro nacional. 

Este artigo detalha as principais movimentações econômicas em Angola neste cenário complexo marcado por inflação, queda na produção petrolífera e movimentos nos mercados de capitais.

Governo Angolano Emite Mais Dívida Pública em 2025

Nos primeiros seis meses de 2025, o governo angolano reforçou sua atuação no mercado financeiro ao emitir 1,7 biliões de kwanzas em dívida pública no mercado primário, um aumento significativo em relação ao mesmo período do ano anterior. 

Essa emissão representa cerca de 30% da meta anual prevista de 5,5 biliões de kwanzas, evidenciando uma estratégia de captação de recursos para financiar despesas públicas e projetos de investimento.

Além disso, as transações no mercado secundário de dívida pública, operado principalmente na Bolsa de Dívida e Valores de Angola (BODIVA), cresceram 11%, alcançando 2,3 biliões de kwanzas. 

A intensa negociação da dívida pública no mercado secundário demonstra maior liquidez e interesse dos investidores institucionais e privados no mercado de capitais angolano.

Reservas Internacionais de Angola Sofrem Redução Significativa

Apesar do aumento na emissão de dívida, o Banco Nacional de Angola (BNA) registrou uma queda nas reservas internacionais em 2025. Em julho, as reservas caíram para aproximadamente 15,1 bilhões de dólares, uma redução de 660 milhões de dólares em comparação com o final de 2024.

Essa diminuição nas reservas internacionais reflete tanto os desafios externos, como a volatilidade de preços do petróleo no mercado global, quanto as pressões internas relacionadas ao equilíbrio da balança comercial e uso de reservas para estabilização da moeda nacional, o kwanza.

Impacto da Produção Petrolífera e Complexidade Econômica

A economia angolana ainda é fortemente dependente do setor petrolífero, que enfrentou uma queda de produção de cerca de 9% em 2025, situando-se em cerca de 1,029 milhões de barris por dia, abaixo da meta estabelecida no Orçamento Geral do Estado (OGE). 

Essa redução impacta diretamente as receitas fiscais do governo, que tiveram queda de cerca de 14% no primeiro semestre de 2025.

Esta conjuntura, somada à inflação crescente—que no âmbito mensal acelerou de 1,21% para 1,47%—tem elevado o pessimismo das famílias angolanas, que enfrentam aumento do custo de vida, desemprego e baixos salários, deteriorando o ambiente econômico e social.

Mercado Financeiro Angolano: Crescimento da Liquidez e Desafios

Os indicadores do mercado financeiro mostram avanços com o aumento das transações na BODIVA e maior participação dos investidores no mercado de dívida pública. 

No entanto, o mercado enfrenta desafios, como o controle da inflação, a desvalorização do kwanza frente às moedas estrangeiras e a necessidade de diversificação econômica para reduzir a dependência do petróleo.

O desenvolvimento de setores alternativos, o fortalecimento da inclusão financeira e políticas fiscais e monetárias prudentes são fundamentais para estabilizar e impulsionar o mercado financeiro angolano.

Considerações Finais

O ano de 2025 tem sido decisivo para a economia angolana, marcada por emissão intensa de dívida pública, queda nas reservas internacionais e os impactos da queda na produção petrolífera. 

O governo e o Banco Nacional de Angola enfrentam o desafio de equilibrar as finanças públicas, controlar a inflação crescente e restaurar a confiança dos investidores e consumidores.

O mercado financeiro mostra sinais positivos em liquidez e participação, mas o futuro econômico dependerá da capacidade do país em diversificar sua economia e melhorar o ambiente macroeconômico para sustentar o crescimento e aumentar a estabilidade de Angola.

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