Dji Tafinha desafia MPLA e UNITA: “NÓS” pode mudar eleições de 2027?

Ana Fernandes
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Dji Tafinha  sério em frente a uma bandeira azul com um sol amarelo, no ambiente urbano, representando a proposta 'Nós e a Ordem Social' em Angola
O músico Dji Tafinha entra de vez na política com o partido “NÓS” e pode conquistar espaço contra MPLA e UNITA nas eleições de 2027

NÓS e a Ordem Social: quanto pode receber o partido de Dji Tafinha e há espaço para vencer MPLA e UNITA em 2027?

Luanda — O músico e empresário angolano Dji Tafinha anunciou a criação da Comissão Instaladora do futuro partido político “NÓS e a Ordem Social”

O movimento reacende o debate sobre o financiamento público aos partidos e sobre a possibilidade real de uma nova força disputar a hegemonia do MPLA e da UNITA nas eleições gerais de 2027.

O anúncio oficial: “NÓS e a Ordem Social”

NÓS e a Ordem Social.

É o nome da Comissão Instaladora e futuro Partido Político, depois de cumprirmos com os requisitos legais estipulados por lei.

Todos aqueles que pretendem ser subscritores e/ou militantes do nosso Partido “NÓS” enviem uma mensagem via WhatsApp para o número +244 923 936 556 onde receberão os próximos passos.

Palavra de ordem: AVANCEMOS 🇦🇴.

#djitafinha #pr #nos #nós

Como se cria um partido em Angola: requisitos legais

Para que a Comissão Instaladora se transforme num partido legalmente constituído, a lei exige:

  • Recolha de 7.500 assinaturas de cidadãos maiores de 18 anos em pleno gozo dos seus direitos;
  • Entre os subscritores, pelo menos 150 residentes em cada província do país;
  • Entrega dos estatutos e do programa aprovados, junto do Tribunal Constitucional, para inscrição.

Sem esta inscrição, o projeto permanece apenas como Comissão Instaladora e ainda não é um partido político para todos os efeitos.

Quanto dinheiro um novo partido pode receber do Estado?

O financiamento partidário em Angola é definido por lei e vem do Orçamento Geral do Estado (OGE) — não é “oferta do MPLA”. Há três cenários principais:

  1. Antes da legalização: não há financiamento público. Comissões Instaladoras não recebem verbas do OGE.
  2. Depois de legalizado, em anos não eleitorais: recebem subsídio anual apenas os partidos com assento parlamentar. O montante é distribuído conforme os votos obtidos na última eleição. A fórmula legal prevê 1.000 Kz por voto para calcular a dotação global a repartir entre os partidos representados.
  3. Em ano eleitoral: o OGE inclui uma dotação para financiar de modo igual todos os partidos e coligações legalmente constituídos que apresentem candidaturas aprovadas. O valor exato é definido por decreto presidencial para cada eleição.

Tradução prática: o “NÓS” só terá acesso a verbas públicas se se legalizar a tempo do calendário eleitoral e, fora dos anos eleitorais, apenas se eleger deputados. Sem votos e sem assentos, não há subsídio anual.

MPLA e UNITA: a fasquia que “NÓS” precisa superar

As últimas eleições gerais (2022) foram as mais renhidas da história recente: o MPLA venceu com cerca de 51,17% e elegeu 124 deputados, enquanto a UNITA somou 43,95% e 90 deputados. A disputa de 2027 ocorre sobre esse patamar competitivo.

“NÓS” pode vencer MPLA e UNITA em 2027?

É cedo para previsões. A viabilidade eleitoral de um novo partido depende, entre outros fatores, de:

  • Legalização e prazos: cumprir requisitos (assinaturas, estatutos, símbolos) e ser admitido pelo Tribunal Constitucional a tempo;
  • Estrutura nacional: presença em todas as províncias, capacidade de mobilização e fiscalização nas mesas;
  • Programa e diferenciação: propostas claras em emprego, custo de vida, serviços públicos, direitos e governação;
  • Alianças e coligações: possibilidade de cooperação com outras forças políticas e movimentos cívicos;
  • Recursos e transparência: angariação de fundos lícitos, conformidade com a lei e prestação pública de contas.

Sem sondagens credíveis e sem a prova de implantação, qualquer prognóstico seria especulativo. O que se pode afirmar é que a porta legal está aberta — e o custo de entrada (assinaturas e estrutura) é elevado, mas não intransponível.

Calendário e próximos passos para o “NÓS”

  • Curto prazo: concluir a recolha de assinaturas (7.500 + 150 por província) e formalizar o pedido de inscrição;
  • Médio prazo: aprovar programa e estatutos, definir símbolos e bandeira, e obter a inscrição no Tribunal Constitucional;
  • Ano eleitoral: apresentar listas e candidato(a)s; com candidatura admitida, acede ao financiamento eleitoral previsto no OGE.

Conclusão

O anúncio de Dji Tafinha dá um passo político relevante com o projeto “NÓS e a Ordem Social”

O acesso a dinheiro público dependerá da legalização e, para subsídios anuais, de assentos parlamentares. Vencer MPLA e UNITA exigirá capilaridade nacional, propostas sólidas e capacidade de organização — um desafio grande, mas mensurável à luz das regras atuais.

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