Desespero nas ruas de Angola: 30 mortos e a ONU cobra ações urgentes de João Lourenço

Ana Fernandes
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Multidão de pessoas aguardando na fila em frente a uma loja de shopping center na cidade, com carros estacionados na rua. Ambiente urbano com grande movimento.
Angola enfrenta uma grave crise social após aumento dos combustíveis. Saiba tudo sobre os protestos, violência, resposta do governo e o apelo da ONU.

Protestos e Crise dos Combustíveis em Angola: Mortes, Greves e Repressão

Angola viveu uma das maiores ondas de protestos dos últimos anos após o governo anunciar um aumento significativo nos preços dos combustíveis. 

Esse aumento, que faz parte de um plano para eliminar subsídios e ajustar a economia, desencadeou uma greve dos taxistas, confrontos violentos, saques e vandalismo por várias regiões, especialmente em Luanda. 

A resposta das forças de segurança resultou em pelo menos 22 mortes, centenas de feridos e mais de mil detenções, enquanto a ONU pediu investigações sobre possíveis violações de direitos humanos.

Contexto da Crise e Aumento dos Preços dos Combustíveis em Angola

Apesar de ser um dos maiores produtores de petróleo em África, Angola importa combustíveis devido à insuficiência de refinarias internas. Desde 2023, o governo vem reduzindo gradualmente os subsídios aos combustíveis, culminando em um aumento de até 47% no preço do diesel em 2025, tentando aliviar a pressão fiscal sobre as finanças públicas.

Greve dos Taxistas e Início dos Protestos em Luanda

A Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA) convocou uma greve de três dias em protesto contra o aumento dos preços dos combustíveis, especialmente pelo impacto direto nas tarifas do transporte público informal conhecido como “candongueiros”. A paralisação desencadeou uma onda de manifestações que rapidamente se espalhou para bairros de Luanda como Viana, Cazenga, Benfica e Kilamba, e para outras províncias, com saques e atos de vandalismo.

Violência, Mortes e Detenções Durante os Tumultos

Nos confrontos com as forças de segurança, contabilizaram-se pelo menos 22 mortos, incluindo civis e um policial, além de cerca de 197 feridos e mais de 1.200 detidos em Luanda e outras províncias. O uso da força pela polícia foi alvo de críticas por parte da população e organizações internacionais, que relatam até tiros indiscriminados contra manifestantes, em especial jovens que participaram dos protestos.

Resposta do Governo e Declarações do Presidente João Lourenço

Enquanto o presidente João Lourenço agradeceu o trabalho das forças de segurança, ele não mencionou diretamente o aumento dos combustíveis nem anunciou medidas específicas para a crise. O governo, entretanto, buscou controlar a situação com presença policial reforçada e procedimentos legais contra os manifestantes detidos.

Pedido da ONU por Investigações sobre Violações de Direitos Humanos

A Organização das Nações Unidas (ONU) solicitou investigações independentes sobre possíveis violações de direitos humanos cometidas durante a repressão às manifestações. O apelo reforça a necessidade de transparência e respeito aos direitos civis no enfrentamento das crises sociais decorrentes da política econômica.

Impactos Sociais e Econômicos da Crise dos Combustíveis em Angola

O aumento dos preços dos combustíveis elevou o custo de vida, repercutindo diretamente no preço da cesta básica e do transporte, agravando a situação de milhares de angolanos. A revolta popular reflete a insatisfação generalizada com a economia e a falta de respostas governamentais eficazes para políticas sociais e proteção à população vulnerável.

Perspectivas e Necessidade de Diálogo Nacional

O cenário vivido em Angola mostra a urgência de diálogo entre governo, sociedade civil e setores produtivos para enfrentar os desafios da crise econômica. 

A paz social depende da elaboração de políticas que conciliem a sustentabilidade fiscal e o bem-estar das populações, evitando que mais vidas sejam perdidas em confrontos.

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