Milton Nascimento é diagnosticado com demência por corpos de Lewy: entenda os sintomas e impacto da doença

Ana Fernandes
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Homem idoso relaxando em um banco ao ar livre, cercado por plantas verdes e uma rotina tranquila, usando chapéu branco, camiseta preta com o número 1969, em um ambiente natural ensolarado.
Milton Nascimento é diagnosticado com demência por corpos de Lewy. Veja sintomas, causas, tratamentos e impacto desta doença neurodegenerativa.

Demência por corpos de Lewy: entenda o diagnóstico de Milton Nascimento

O cantor brasileiro Milton Nascimento foi diagnosticado com demência por corpos de Lewy, uma condição neurológica ainda pouco conhecida do público em geral, mas que vem ganhando destaque devido à sua complexidade clínica. 

A revelação trouxe grande impacto não só para os fãs, mas também para a comunidade médica, que aproveita o caso para alertar sobre a importância do diagnóstico precoce e do apoio às famílias.

Quem é Milton Nascimento e por que o seu caso importa?

Milton Nascimento é um dos maiores nomes da música brasileira, com uma carreira que atravessa gerações e fronteiras. 

Vencedor de cinco prémios Grammy e reconhecido internacionalmente pela sua voz singular, ele não é apenas um artista, mas um símbolo cultural. 

O facto de ter revelado o seu diagnóstico de demência por corpos de Lewy (DCL) trouxe visibilidade a uma condição frequentemente confundida com Alzheimer ou Parkinson, mas que apresenta características próprias.

O que é a demência por corpos de Lewy?

A demência por corpos de Lewy é uma doença neurodegenerativa progressiva causada pelo acúmulo anormal de proteínas chamadas alfa-sinucleína no cérebro, formando os chamados “corpos de Lewy”. Essas proteínas afetam regiões responsáveis pela memória, atenção, movimentos e comportamento.

Principais sintomas

  • Flutuações cognitivas marcantes (variação no nível de atenção e lucidez ao longo do dia).
  • Alucinações visuais recorrentes e detalhadas.
  • Rigidez muscular e lentidão motora semelhantes ao Parkinson.
  • Distúrbios do sono REM, com movimentos bruscos durante os sonhos.
  • Depressão, ansiedade e alterações de humor.

Diferença em relação ao Alzheimer e Parkinson

Embora a DCL compartilhe características com Alzheimer e Parkinson, apresenta uma combinação única: perda de memória menos acentuada no início, mas mais flutuações cognitivas e sintomas motores. 

Segundo estudo publicado na Lancet Neurology (2023), cerca de 30% dos pacientes com DCL são inicialmente diagnosticados incorretamente com Alzheimer.

O diagnóstico de Milton Nascimento

Segundo reportagens do G1 e O Globo, o diagnóstico foi confirmado após exames clínicos e neurológicos especializados. 

A família destacou que Milton Nascimento será acompanhado por uma equipa multidisciplinar, incluindo neurologistas, fisioterapeutas e psicólogos, para melhorar a sua qualidade de vida.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico da DCL é desafiador e requer avaliações clínicas detalhadas, exames de imagem e histórico médico. Entre os métodos usados estão:

  • Ressonância magnética: avalia alterações cerebrais estruturais.
  • Tomografia por emissão de positrões (PET): identifica áreas de atividade cerebral reduzida.
  • Exames cognitivos: testes de memória, atenção e funções executivas.
  • Avaliação do sono: regista distúrbios típicos do sono REM.

Tratamento disponível e qualidade de vida

Ainda não existe cura para a demência por corpos de Lewy. Contudo, os tratamentos actuais conseguem reduzir sintomas e melhorar a autonomia

O acompanhamento deve ser feito por uma equipa multidisciplinar, focando em medicação, terapias complementares e apoio psicológico.

Medicamentos utilizados

  • Inibidores da colinesterase (donepezila, rivastigmina): ajudam na memória e atenção.
  • Levodopa: melhora alguns sintomas motores.
  • Antidepressivos e ansiolíticos: combatem sintomas de humor e ansiedade.

Terapias complementares

De acordo com a Mayo Clinic, terapias não medicamentosas são fundamentais:

  • Fisioterapia: melhora mobilidade e equilíbrio.
  • Terapia ocupacional: auxilia em atividades do dia a dia.
  • Terapia cognitiva: mantém estímulos mentais e memória ativa.
  • Grupos de apoio: reduzem o isolamento social e oferecem suporte emocional.

Impacto na família e cuidadores

O diagnóstico de uma figura pública como Milton Nascimento chama atenção também para o impacto da doença nos cuidadores. 

A Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG) alerta que os cuidadores são frequentemente afetados por stress e sobrecarga emocional. Programas de orientação, suporte psicológico e redes de apoio são essenciais.

FAQ sobre a demência por corpos de Lewy

1. A demência por corpos de Lewy é comum?

Sim. É a segunda forma mais comum de demência progressiva em idosos, representando 10 a 15% dos casos, segundo a Alzheimer’s Association.

2. Quanto tempo uma pessoa vive após o diagnóstico?

A expectativa média varia entre 5 e 8 anos, dependendo da resposta ao tratamento e do suporte familiar.

3. Quais são os primeiros sinais da doença?

Flutuações cognitivas, distúrbios do sono REM e alucinações visuais estão entre os primeiros sintomas relatados.

4. É possível prevenir?

Não há prevenção definitiva, mas manter hábitos saudáveis como atividade física, dieta equilibrada, estimulação mental e consultas médicas regulares reduz o risco de declínio cognitivo.

5. Existe cura?

Atualmente não existe cura, mas há tratamentos que retardam a progressão e melhoram a qualidade de vida.

Importância do diagnóstico precoce

O caso de Milton Nascimento reforça a importância do diagnóstico precoce. Quanto mais cedo a condição for identificada, maiores as hipóteses de adaptação, autonomia e apoio familiar adequado. O National Institute on Aging (NIA) destaca a necessidade de maior conscientização para evitar diagnósticos tardios.

Conclusão

A demência por corpos de Lewy é uma condição neurológica complexa, que exige atenção médica especializada e suporte contínuo. 

A revelação pública de Milton Nascimento dá visibilidade ao tema e ajuda milhares de famílias a compreender melhor os desafios desta doença. 

Mais do que uma notícia, este caso representa uma oportunidade para promover informação de qualidade, combater o estigma e reforçar a importância da investigação científica sobre doenças neurodegenerativas.


Fontes consultadas: Alzheimer’s Association, Mayo Clinic, Revista Lancet Neurology, Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBGG), G1, O Globo, National Institute on Aging (NIA).

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