Luanda em Caos: Protestos de Taxistas Contra Combustíveis Caros Terminam com Prisões e Violência

Ana Fernandes
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Carro pegando fogo na rodovia, com chamas e fumaça preta, causando atenção e risco na via. Imagem de um  automotivo grave. Incendiado por manifestantes
Luanda durante protesto de taxistas contra aumento do combustível — tensão e violência marcaram o dia de hoje nos protestos 

Taxistas Angolanos em Greve: Luanda em Chamas

Luanda, Angola — A capital angolana foi palco de intensos protestos nesta segunda-feira, após centenas de taxistas cruzarem os braços em resposta ao recente aumento dos preços dos combustíveis. 

As manifestações rapidamente ganharam força e provocaram confrontos com as autoridades, resultando em mais de 50 detenções e cenas de caos nas principais avenidas da cidade.

Protestos Contra Aumento de Combustíveis Paralisam Luanda

Manifestação de pessoas em rua movimentada com cartazes e faixas, demonstrando protesto em uma cidade com prédios altos. Juntos por uma causa social ou política.
Manifestantes bloqueiam ruas em Luanda e alguns foram detidos

O novo reajuste no preço dos combustíveis, anunciado pelo governo no fim de semana, acendeu a revolta da classe dos taxistas — categoria essencial para o transporte urbano em Luanda. 

Os motoristas denunciam que o aumento é insustentável diante dos baixos rendimentos e da falta de apoio estatal.

“Estamos a trabalhar só para colocar combustível. Isto é insuportável”, declarou João Paulo, taxista de 34 anos que participa do movimento. 

A paralisação iniciou-se nas primeiras horas da manhã, com centenas de veículos estacionados ao longo das vias públicas em sinal de protesto.

Greve de Taxistas Gera Conflitos e Repressão Policial

A tensão aumentou ao longo do dia. Em bairros como Benfica, Viana e Cazenga, manifestantes ergueram barricadas, queimaram pneus e gritaram palavras de ordem contra o governo. 

A resposta das forças policiais foi imediata e, segundo testemunhas, marcada por violência.

“Vi jovens a serem agredidos, mesmo sem resistirem”, relatou uma moradora da zona do Golf II. O Serviço de Investigação Criminal (SIC) confirmou a detenção de pelo menos 53 manifestantes, acusados de desobediência, vandalismo e incitação à desordem pública.

Governo Justifica Medida e Pede Diálogo

Em comunicado, o Ministério dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás justificou o aumento como parte de um plano de ajustamento fiscal e de eliminação de subsídios. 

Segundo a nota, a medida é “necessária para a sustentabilidade económica do país”, mas reconhece que o impacto será “progressivamente revisto” com a criação de mecanismos de compensação social.

O ministro dos Transportes, Ricardo de Abreu, apelou ao diálogo: “O governo está aberto a conversar com as associações de taxistas e encontrar soluções que não penalizem tanto os trabalhadores.”

Impacto da Greve no Transporte Público e na População

Com os táxis fora de circulação, milhares de cidadãos enfrentaram dificuldades para chegar ao trabalho, à escola e a hospitais. 

Longas filas se formaram nas paragens de autocarros, enquanto alguns recorreram a transportes informais ou caminharam por horas.

“Nunca vi nada assim. Tive que andar quase 10 km para levar meu filho ao hospital”, contou Maria Luísa, moradora do bairro Samba. Comerciantes também relataram prejuízos devido à queda no movimento e à insegurança nas ruas.

ONGs e Observadores Criticam Repressão

Organizações da sociedade civil, como a Omunga e a SOS Habitat, condenaram a repressão policial e pediram uma investigação urgente sobre abusos cometidos durante a operação de contenção dos protestos. 

Observadores internacionais também manifestaram preocupação com o agravamento das tensões sociais em Angola.

“A liberdade de expressão e o direito à manifestação pacífica são pilares de qualquer democracia. Esperamos que as autoridades angolanas respeitem esses princípios”, afirmou em nota a Human Rights Watch.

Perspectivas: O Que Vem a Seguir?

Com o clima social cada vez mais instável, especialistas temem que a crise dos combustíveis se transforme em um catalisador de novos protestos generalizados. 

A liderança sindical dos taxistas anunciou que a greve pode continuar indefinidamente, caso não haja resposta concreta do governo nas próximas 48 horas.

Enquanto Luanda tenta voltar à normalidade, a crise expõe a fragilidade das políticas públicas em um cenário de crescente desigualdade social e pressão popular.

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