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Presidente João Lourenço durante pronunciamento sobre a mediação da crise na RDC |
Angola abandona mediação na crise da RDC após intervenção surpresa do Qatar
Luanda, Angola — O governo angolano anunciou oficialmente a sua retirada do papel de mediador nas negociações de paz da crise na República Democrática do Congo (RDC). A decisão foi tomada após uma intervenção inesperada do Qatar, que promoveu um encontro entre líderes regionais em Doha, surpreendendo os esforços diplomáticos conduzidos por Luanda.
Angola retira-se da mediação da crise na RDC
Desde 2022, Angola vinha liderando a mediação de conflitos entre o governo congolês e os rebeldes do M23, no leste da RDC. A iniciativa angolana visava estabilizar a região dos Grandes Lagos e promover o diálogo entre as partes envolvidas, tendo recebido respaldo da União Africana e da ONU.
No entanto, uma iniciativa paralela liderada pelo Qatar gerou desconforto nas autoridades angolanas. O encontro em Doha, que reuniu líderes da região sem a presença de Angola, foi visto como uma quebra da confiança mútua e dos acordos diplomáticos previamente estabelecidos.
Qatar surpreende com cúpula regional em Doha
A intervenção do Qatar no processo de paz da RDC foi marcada por uma cúpula surpresa realizada em Doha, reunindo representantes do Ruanda, RDC, Uganda e outras lideranças africanas. Apesar de não ter sido divulgada oficialmente, a cúpula ganhou atenção internacional e foi interpretada como uma tentativa de reposicionar o Qatar como ator relevante na diplomacia africana.
Fontes próximas ao governo angolano afirmam que Luanda não foi consultada sobre a reunião, o que teria motivado a decisão de se retirar formalmente do processo de mediação.
Implicações diplomáticas e regionais
A retirada de Angola poderá ter impactos significativos nas negociações de paz na RDC. O país era visto como um dos poucos atores neutros e com influência suficiente para dialogar tanto com Kinshasa quanto com Kigali. A ausência de Angola no processo pode aumentar a tensão entre os países envolvidos e dificultar a obtenção de um cessar-fogo duradouro.
Analistas acreditam que o Qatar tentará ocupar esse vácuo diplomático, apesar de sua experiência limitada no contexto dos Grandes Lagos. Ainda não se sabe como a União Africana ou as Nações Unidas reagirão à mudança de cenário.
Reações e próximos passos
O governo da RDC ainda não se pronunciou oficialmente sobre a saída de Angola. Já o presidente João Lourenço, que vinha desempenhando papel ativo nas negociações, declarou que "Angola não aceitará ser marginalizada num processo que ajudou a construir desde o início".
O futuro das negociações permanece incerto. A comunidade internacional observa com cautela os desdobramentos, especialmente diante do risco de escalada de violência na fronteira entre RDC e Ruanda.
Conclusão
A retirada de Angola da mediação da crise na RDC marca um ponto de virada na diplomacia regional africana.
O envolvimento do Qatar reconfigura o mapa político das negociações, levantando dúvidas sobre a coordenação entre os diferentes atores internacionais. Resta saber se a nova iniciativa terá força suficiente para conter a violência e estabelecer um caminho viável para a paz duradoura na região.
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