Queda nas Reservas do Banco Nacional de Angola Sinaliza Riscos Econômicos maiores

Ana Fernandes
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Fachada do Banco Nacional de Angola com seu nome visível e uma bandeira no topo, sob céu azul claro.
As reservas internacionais de Angola registraram queda significativa em julho de 2025, refletindo os desafios fiscais enfrentados pelo governo neste ano.

Reservas Internacionais de Angola Caem 4% para 15,1 Bilhões de USD em Julho de 2025

As reservas internacionais de Angola sob gestão do Banco Nacional de Angola (BNA) diminuíram 4% em julho de 2025, totalizando 15,1 bilhões de dólares. 

Esse recuo reflete uma queda de 660 milhões de dólares em relação ao mês de junho, quando as reservas estavam em 15,7 bilhões. 

A redução está associada principalmente a empréstimos concedidos pelo banco central ao governo angolano, conforme previsto na Lei do Orçamento Geral do Estado para 2025.

Contexto das Reservas Internacionais em Angola

As reservas internacionais consistem em ativos financeiros como dólares, euros, ouro e títulos denominados em moedas estrangeiras, controlados pelo Banco Nacional de Angola. 

Elas são fundamentais para a estabilidade econômica do país, pois garantem o cumprimento das obrigações internacionais e ajudam na manutenção da confiança dos investidores. Em 2025, as reservas vêm apresentando uma tendência de queda, sobretudo devido aos empréstimos do banco central ao Tesouro Nacional, que estão previstos para alcançar até 2 bilhões de dólares no ano.

Impacto dos Empréstimos do Banco Central ao Governo

A redução de 660 milhões de dólares nas reservas em julho resulta da transferência de recursos do BNA para o governo, que tem utilizado esses fundos para financiar despesas públicas. 

A legislação vigente permite que o banco central empreste até 10% das receitas fiscais do orçamento anterior, com a obrigação de quitação até o final do mesmo ano fiscal, mas essa operação afeta diretamente o saldo das reservas internacionais.

Significado Econômico e Perspectivas Futuras

Com as reservas internacionais em 15,1 bilhões de dólares, Angola dispõe de recursos para garantir até oito meses de importação de bens e serviços, um nível superior à média de quatro meses observada em países da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC). 

Apesar da queda recente, as reservas estão acima dos níveis mínimos registrados em janeiro de 2022 (13,35 bilhões de dólares) e longe do recorde histórico de setembro de 2013 (35,19 bilhões de dólares).

Modelos econômicos indicam que as reservas podem se recuperar e atingir cerca de 16,5 bilhões de dólares até o final do terceiro trimestre de 2025, assumindo estabilidade nas receitas e políticas monetárias.

Conclusão

A queda de 4% nas reservas internacionais angolanas em julho de 2025 evidencia os desafios fiscais enfrentados pelo país, com o banco central desempenhando papel crucial no suporte ao governo por meio de empréstimos. 

Enquanto isso, o volume atual dessas reservas ainda oferece uma margem confortável para a cobertura das necessidades de importação, mantendo a confiança no equilíbrio macroeconómico nacional.

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