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| O FMI acaba de concluir a análise do sistema financeiro de Angola. Investidores atentos estão de olho no relatório de agosto. |
FMI avalia setor financeiro de Angola e destaca avanços e riscos em relatório previsto para agosto
O Fundo Monetário Internacional (FMI) concluiu, neste mês de julho, uma missão oficial de avaliação pós-financiamento em Angola. A visita teve como foco principal analisar a estabilidade do setor financeiro, a resiliência macroeconômica do país e o andamento das reformas estruturais iniciadas após o programa de financiamento concluído em 2021.
O relatório final deverá ser divulgado em agosto de 2025 e poderá influenciar a percepção dos mercados internacionais sobre o ambiente económico angolano.
Objetivo da missão pós-financiamento
A missão pós-financiamento do FMI faz parte do acompanhamento técnico oferecido aos países que encerraram programas de apoio financeiro da instituição. No caso de Angola, a avaliação tem como propósito verificar se o país mantém políticas sólidas e sustentáveis, especialmente no que diz respeito à gestão fiscal, política monetária, estabilidade cambial e resiliência bancária.
Segundo o FMI, a colaboração com as autoridades angolanas permanece construtiva, com avanços notáveis em áreas como a transparência fiscal, reformas cambiais e supervisão bancária.
No entanto, o relatório preliminar alerta para vulnerabilidades persistentes que exigem atenção contínua.
Avanços registrados no sistema financeiro
Durante a missão, o FMI reconheceu melhorias significativas na estrutura do sistema financeiro angolano. Entre os pontos destacados estão:
- Melhoria na capitalização dos bancos comerciais
- Redução do crédito malparado (NPL - Non Performing Loans)
- Fortalecimento da supervisão do Banco Nacional de Angola (BNA)
- Maior estabilidade do mercado cambial, com taxas mais previsíveis
Esses avanços reforçam a confiança dos investidores institucionais e podem facilitar futuras emissões de dívida no mercado internacional, além de atrair fluxos de capital estrangeiro para setores estratégicos.
Desafios ainda presentes
Apesar dos avanços, o FMI alertou para desafios estruturais que ainda afetam a sustentabilidade do setor financeiro em Angola. Os principais riscos apontados incluem:
- Alta dependência do setor petrolífero, o que afeta as receitas fiscais e a estabilidade cambial
- Dívida pública elevada em relação ao PIB
- Baixa profundidade do mercado de capitais, limitando opções de financiamento interno
- Necessidade de melhorar a inclusão financeira e ampliar o acesso ao crédito produtivo
O FMI destacou a importância de acelerar as reformas para desenvolver o mercado financeiro doméstico, reduzir a informalidade e aumentar a eficiência na alocação de recursos.
Relevância do relatório para investidores e credores
O relatório que será publicado em agosto de 2025 poderá impactar diretamente a forma como Angola é percebida por agências de classificação de risco, bancos multilaterais e investidores privados. Um parecer favorável pode contribuir para a redução dos custos de financiamento externo e impulsionar o apetite de investidores estrangeiros por ativos angolanos, como títulos públicos, participações em empresas e projetos de infraestrutura.
Por outro lado, recomendações mais críticas podem gerar cautela nos mercados e pressionar o governo a acelerar ajustes macroeconômicos e fiscais.
Reformas em andamento no setor financeiro
Além das ações já concluídas, o governo angolano e o BNA continuam a implementar reformas estruturantes, como:
- Modernização do sistema de pagamentos e digitalização de serviços bancários
- Criação de instrumentos para financiamento de pequenas e médias empresas (PMEs)
- Promoção do mercado secundário de dívida pública
- Incentivos à formalização de negócios e inclusão no sistema bancário
Essas medidas visam aumentar a confiança no sistema financeiro, atrair capital interno e externo, e reduzir o custo de financiamento para o setor produtivo.
Perspectivas econômicas para Angola
O FMI projeta um crescimento econômico moderado para Angola em 2025, com expansão do PIB impulsionada pela recuperação não petrolífera, estabilidade cambial e controle da inflação. O sucesso dessas projeções, no entanto, dependerá da continuidade das reformas e do fortalecimento da confiança no ambiente macroeconômico.
A manutenção de políticas fiscais prudentes, a valorização das reservas cambiais e o compromisso com a independência do Banco Central serão fatores-chave para garantir estabilidade e previsibilidade aos agentes económicos.
A visita do FMI representa mais do que uma simples auditoria técnica: trata-se de um sinal claro ao mercado internacional de que Angola permanece comprometida com a disciplina económica, a modernização do sistema financeiro e a abertura ao investimento estrangeiro.
Com o relatório final previsto para agosto de 2025, autoridades, investidores e analistas estarão atentos às conclusões e recomendações do Fundo. O conteúdo do documento poderá influenciar decisões de crédito, estratégias de investimento e o próprio posicionamento do país nos mercados globais.


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