Preços do Petróleo Disparam Após Liquidação Impulsionada por Tarifas de Trump

A importação de petróleo por navio envolve o transporte do petróleo bruto e seus derivados até terminais marítimos, onde são transferidos para refinarias. 

Preços do Petróleo Sobem 1% Após Liquidação Acentuada por Tarifas dos EUA

Tókio 8 de abril - Os preços do petróleo tiveram uma recuperação de mais de 1% nesta terça-feira, revertendo uma forte liquidação que levou os valores a uma mínima de quase quatro anos na sessão anterior. Essa volatilidade é atribuída às preocupações sobre como as tarifas impostas pelos EUA podem impactar a demanda e potencialmente precipitar uma recessão global. Apesar da recuperação, analistas alertam que os riscos de quedas ainda persistem.

Movimentação dos Futuros

Os futuros do Brent subiram 72 centavos, ou 1,1%, alcançando US$ 64,93 por barril. Da mesma forma, os futuros do petróleo bruto West Texas Intermediate (WTI) dos EUA aumentaram em 75 centavos, ou 1,2%, para US$ 61,45 às 05h35 GMT.

Impacto das Tarifas Comerciais

Na segunda-feira, tanto o Brent quanto o WTI registraram quedas significativas de 14% e 15%, respectivamente. Isso ocorreu após o anúncio do presidente Donald Trump em 2 de abril sobre "tarifas recíprocas" para todas as importações. 

O rali de alívio observado hoje foi impulsionado pela estabilização nos mercados de ações.

Warren Patterson, chefe de estratégia de commodities do ING, comentou: “O mercado tem vendido bastante nos últimos dias à medida que começa a precificar um impacto significativo na demanda; no entanto, o quanto veremos de impacto na demanda ainda não está claro”.

Temores de Recessão

Na segunda-feira, os preços do petróleo caíram 2% devido ao receio de que as novas tarifas comerciais poderiam levar as economias globais à recessão e reduzir a demanda por energia. 

Contudo, os mercados começam a antecipar um possível limite para a trajetória descendente dos preços do petróleo.

Trump defende que essas tarifas — começando em um mínimo de 10% para todas as importações, podendo chegar até 50% — são necessárias para revitalizar a base industrial dos EUA, que segundo ele tem enfrentado dificuldades devido à liberalização comercial ao longo das décadas.

Respostas Internacionais

Enquanto muitos países buscam isenções ou reduções nas tarifas, alguns como a China — a segunda maior economia mundial — já anunciaram planos para tarifas recíprocas. Pequim intensificou esforços públicos para estabilizar seu mercado financeiro e promete não ceder à "chantagem" dos EUA.

Tony Sycamore, analista da IG, alertou: “Se a China se mantiver firme, a tarifa total sobre suas importações para os EUA poderia subir para alarmantes 104%. 

Isso provavelmente desencadearia uma piora no sentimento de risco e acentuaria as quedas nos mercados globais.”

Expectativas sobre Estoques

Uma pesquisa preliminar da Reuters indicou na segunda-feira que os estoques de petróleo bruto e destilados dos EUA devem ter aumentado em média cerca de 1,6 milhão de barris na semana passada. 

Este dado reforça as expectativas do mercado sobre uma demanda fraca. 

As informações sobre inventários devem ser divulgadas pelo Instituto Americano de Petróleo ainda na terça-feira, com dados oficiais da Administração de Informação de Energia programados para quarta-feira.