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Trump avalia um novo acordo mineral na RDC, enquanto a necessidade de transparência se torna cada vez mais urgente em meio a conflitos |
A República Democrática do Congo está se voltando para os Estados Unidos em busca de apoio contra o avanço dos rebeldes do M23. Com o interesse da Casa Branca, sob a liderança de Donald Trump, em parcerias transacionais, o país rico em recursos espera firmar um acordo mineral semelhante ao que foi proposto entre a Ucrânia e os EUA.
Patrick Muyaya, porta-voz do governo congolês, confirmou que o país deseja estreitar laços com os EUA e oferecer "minerais essenciais", destacando também a possibilidade de discutir segurança.
Por que agora?
A situação militar da República Democrática do Congo é alarmante. Os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda, estão avançando no leste rico em minerais. As forças regionais que deveriam ajudar falharam em conter os ataques, e o M23 já cogita um avanço em direção à
República Democrática do Congo: O Maior Fornecedor de Cobalto e suas Oportunidades
Atualmente, a República Democrática do Congo é o maior fornecedor mundial de cobalto, um mineral crucial para aplicações de defesa, aeroespaciais e, especialmente, para baterias de veículos elétricos. No entanto, a maior parte dessa produção é destinada à China. O país também possui depósitos significativos de lítio, tântalo e urânio, que têm aplicações militares.
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Enquanto os EUA investem em grandes projetos de infraestrutura, como o corredor do Lobito para transportar mercadorias da África Central até Angola, suas empresas ainda não se engajaram na mineração na República Democrática do Congo. Com a China dominando o setor mineral congolês, surge uma "lacuna estratégica crescente", onde nações adversárias monopolizam os recursos africanos.
Uma ordem executiva dos EUA busca transformar o país em um "produtor e processador líder de minerais não combustíveis, incluindo minerais de terras raras".
Como a República Democrática do Congo Pode se Beneficiar?
Uma área vital para potencial colaboração seria o "fortalecimento da cooperação militar". Isso incluiria:
- Treinamento e equipagem de soldados para proteger as rotas de fornecimento de minerais.
- Acesso dos EUA a bases militares para salvaguardar recursos estratégicos.
- Substituição das operações ineficazes de manutenção da paz da ONU por uma colaboração direta em segurança entre os EUA e a RDC.
Embora o porta-voz congolês não tenha confirmado esses detalhes, há ceticismo sobre a viabilidade e eficácia imediata dessas propostas. Stephanie Wolters, analista do Instituto Sul-Africano de Assuntos Internacionais, ressalta que uma presença militar dos EUA no leste congolês é "pouco provável" e que questões como armas e treinamento são soluções de longo prazo.
Ela acredita que o esforço do governo congolês está diretamente relacionado à situação militar crítica no leste do país, mas não está convencida de que as ofertas dos EUA sejam suficientes para atender à necessidade urgente do momento.
Supervisão e Transparência: O Futuro da Indústria de Mineração na RDC
Jean-Pierre Okenda, analista da indústria de mineração congolesa, defende que uma supervisão adequada do novo acordo é essencial. Ele sugere que o parlamento e a sociedade civil sejam consultados para garantir que os interesses do povo sejam respeitados.
No contexto mais amplo, Okenda destaca que qualquer movimento em direção a um futuro pacífico deve enfrentar a "gestão cleptocrática do Estado". Um acordo anterior com a China, que previa acesso a minerais em troca de projetos de infraestrutura, foi amplamente criticado por não cumprir as promessas feitas. Embora o presidente Tshisekedi tenha renegociado esses termos, a falta de transparência nas novas negociações também gerou descontentamento.
O Que Vem a Seguir?
Mudanças concretas parecem distantes no horizonte. Muyaya, ao falar em Kinshasa, foi vago sobre as expectativas futuras, mas mencionou à BBC que "nos próximos dias poderemos ter mais detalhes para compartilhar". Ele ressaltou a "vontade política de Tshisekedi" e a atenção dos EUA para essas questões.
O presidente Trump deve anunciar Massad Boulos como o novo enviado regional da Casa Branca para os Grandes Lagos. Boulos é pai de Michael Boulos, casado com Tiffany Trump, e atua como conselheiro sênior para assuntos árabes e do Oriente Médio desde dezembro.
Entre seus interesses comerciais está uma empresa na Nigéria focada na distribuição de veículos e equipamentos na África Ocidental, e ele deve visitar Kinshasa nas próximas semanas.
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