Economia de Angola em transformação: saiba o que muda nos bancos e no seu bolso

Instalação de multibanco em município angolano reforça inclusão financeira e facilita acesso a serviços bancários essenciais.

Economia de Angola em destaque: crescimento do crédito, reestruturação bancária e novos multibancos

A economia de Angola apresenta sinais de transformação com crescimento no crédito em kwanzas, expansão do acesso bancário e ajustes no setor financeiro. 

Novidades importantes marcam o cenário económico atual, incluindo dados do Banco Nacional de Angola (BNA) e mudanças estratégicas em grandes instituições bancárias.

Crédito em kwanzas cresce 29% e fortalece economia angolana

De acordo com dados divulgados pelo Banco Nacional de Angola (BNA), o crédito à economia em moeda nacional atingiu 6,2 biliões de kwanzas no mês de maio de 2025. 

Esse número representa um crescimento de 29% em relação ao mesmo período do ano anterior, demonstrando confiança crescente no sistema bancário nacional e aumento no financiamento a empresas e famílias.

Esse avanço no crédito reflete políticas monetárias que incentivam o uso da moeda local, contribuindo para a estabilização económica e fortalecimento da soberania financeira do país.

Banco Sol inicia reestruturação para otimizar operações

O Banco Sol anunciou o início de um processo de reestruturação aprovado pelo BNA, com foco no aumento da eficiência operacional. 

Entre as medidas, destaca-se o encerramento de agências com baixa rentabilidade e a redução de até 30% no número de colaboradores.

A reestruturação bancária em Angola visa adaptar os bancos às novas realidades digitais e fortalecer a competitividade no setor financeiro. 

O plano de recapitalização está previsto para o período 2025–2027 e busca garantir sustentabilidade e solidez institucional.

Multibancos chegarão a municípios com pouco acesso bancário

O BNA também anunciou um programa de incentivo para a instalação de 122 novos caixas automáticos (multibancos) em municípios com fraco acesso a serviços bancários. 

Em 38 municípios, o subsídio será de 100% para atrair bancos a essas zonas, enquanto em Luanda e Icolo e Bengo o subsídio será de 30%.

Essa medida faz parte da estratégia de inclusão financeira e expansão da rede bancária em todo o território nacional, facilitando o acesso da população aos serviços essenciais como levantamentos, pagamentos e transferências.

Indicadores económicos: crescimento, inflação e reservas

O PIB de Angola cresceu 3,5% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados preliminares. 

Já a inflação segue em alta, com 27,5% acumulados, pressionando o poder de compra da população.

Para conter a inflação, o BNA aumentou a taxa de juro básica para 19,5%. 

As reservas internacionais líquidas subiram para 15,7 mil milhões de dólares, o que garante cerca de oito meses de importações, mantendo a estabilidade cambial.

Dívida pública e investimento estrangeiro

Apesar de estar entre os países africanos mais endividados junto ao FMI, Angola conseguiu reduzir a dívida pública de 89% para 70,9% do PIB. 

O déficit fiscal aumentou ligeiramente para 1,5% em 2024, refletindo desafios orçamentais.

Em contrapartida, o país registrou o maior nível de investimento estrangeiro direto fora do setor petrolífero desde 2018, com destaque para os setores agrícola e mineiro, indicando maior diversificação da economia.

Conclusão: perspectivas para a economia de Angola

As últimas atualizações mostram uma economia angolana em movimento, com reformas no setor bancário, aumento do crédito interno, inclusão financeira e melhora nas contas externas. 

Apesar dos desafios da inflação e do endividamento, há sinais positivos de crescimento e atratividade para investidores.

As ações do Banco Nacional de Angola e dos bancos comerciais indicam uma estratégia voltada para estabilidade, modernização e desenvolvimento económico sustentável.