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| "Enquanto os dois líderes navegam por um terreno delicado, a pergunta que fica é: quem realmente controla as cartas neste jogo de xadrez global?" |
Trump declarou que a Rússia tinha "todas as cartas", mas sua proposta de cessar-fogo expôs o blefe de Putin.
Com a Ucrânia aceitando o cessar-fogo, agora a pressão recai sobre Moscou para decidir se também aceitará as propostas do ex-presidente para interromper temporariamente a guerra. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, manteve silêncio sobre o plano de paz dos EUA, afirmando que Marco Rubio e Mike Waltz precisam primeiro informar Moscou sobre os termos discutidos nas negociações na Arábia Saudita. "Estamos aguardando detalhes sobre as conversas em Jeddah por meio de canais diplomáticos", disse Peskov. Para Moscou, este é um momento crítico que pode exigir concessões difíceis se realmente desejar a paz. O Kremlin afirma estar aberto ao diálogo, mas insiste em alcançar seus objetivos de guerra, incluindo o controle das áreas anexadas da Ucrânia.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky se reuniu com o presidente dos EUA, Donald Trump, e o vice-presidente JD Vance no Salão Oval da Casa Branca em 28 de fevereiro. Na semana passada, Vladimir Putin, líder do Kremlin, reafirmou sua determinação em não "ceder" em meio à guerra brutal que lançou há três anos, durante um encontro com viúvas e mães de soldados russos mortos.
Enquanto muitos russos, cansados do conflito e preocupados com suas consequências econômicas, desejam o fim da luta — o que poderia aliviar sanções severas — os radicais pró-guerra, muitas vezes apoiados pelo Kremlin, veem um cessar-fogo prematuro como uma traição.
Contudo, um recuo pode ser inevitável. Embora os negociadores russos possam tentar impor suas próprias condições para um cessar-fogo, como a retirada ucraniana de Kursk — uma área capturada pela Ucrânia onde os combates estão ocorrendo — é improvável que suas principais demandas territoriais e o objetivo de remover a OTAN de seu flanco ocidental sejam atendidos.
A resposta do Kremlin marca um momento decisivo na relação curiosamente calorosa entre Putin e Trump. Nos últimos dias, os russos se mostraram animados com a aparente mudança da postura dos Estados Unidos, o que deixou perplexos os tradicionais aliados ocidentais de Washington.
Os dois países estão engajados em negociações significativas para reconstruir laços econômicos e diplomáticos. Recentemente, um acordo foi firmado entre a CIA e o serviço de inteligência russo, SVR, com o objetivo de reduzir as tensões entre Moscou e Washington, conforme declarado pelo SVR.
Até mesmo Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia e crítico feroz de Washington, elogiou a nova abordagem dos EUA. “O que está acontecendo nos Estados Unidos é um retorno à normalidade”, comentou ele a blogueiros americanos ao ser questionado sobre as mudanças desde a segunda posse de Trump.
Entretanto, após todo esse flerte e elogios, Trump pode agora esperar que Putin colabore — ou enfrente sua ira. De acordo com o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, "a bola está agora na quadra deles", referindo-se aos russos após conversas com autoridades ucranianas em Jeddah. Na quarta-feira, Rubio sugeriu que Moscou está "provavelmente processando" a notícia da trégua temporária "da mesma forma que o resto do mundo".
Trump, por sua vez, prefere uma metáfora de pôquer. Recentemente, ele afirmou que "a Rússia tem todas as cartas". Agora, intencionalmente ou não, ele pode ter desvendado o blefe de Putin.
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